Esta montagem do texto homônimo de Eugène Ionesco é um dos primeiros trabalhos do diretor, ainda como estudante da Universidade Federal de Uberlândia. Nele, vemos duas figuras que já foram. Já foram grandiosos, elegantes, atraentes, sociáveis, familiares, ágeis… Imersos em ausência e memória, este casal de idosos não tem mais que a si próprios e umas cadeiras para inventar alguma presença. Onde encontramos a beleza no que já não é? Agora estão assim: em ruínas.

O espetáculo discute a solidão da velhice como estrutura social e põe em cheque a comunicação e a presença utilizando-se de quatro cadeiras e dos corpos dos atores para criar no público a sensação de uma multidão invisível. A interpretação se apoia na linguagem do teatro físico e do Expressionismo para atritar as temáticas presentes no texto. Recebeu o prêmio de Melhor Direção (Palco) e Melhor Atriz do FESTTO (2013).